A partir destes registos pessoais, podemos seguir os fios que ligam as relações coloniais de outrora aos fenómenos contemporâneos das migrações, da nostalgia, do racismo, da discriminação ou da hipocrisia política das relações entre as antigas metrópoles colonizadoras e as antigas colónias. São abordadas questões como cidadania, pertença, herança, mas também reparação, restituição e denúncia, gerando uma dialética intergeracional complexa e nova que recusa a prossecução da retraumatização, ao mesmo tempo que rejeita as lógicas do esquecimento. São olhares atentos a outros lados da história, necessariamente subjetivos e plenos de experiências alheias, geradoras de múltiplos laços afetivos, familiares e políticos, que contribuem para iluminar e compreender o presente europeu e as ligações entre Europa e África.