© Foto: HANGAR © Silêncio Coletivo

Exposição

21 a 02

Maio - Julho

2022

Exposição

Lisboa, HANGAR

Anunciação

Anunciação é a primeira exposição individual do duo Silêncio Coletivo, formado por Jaime Lauriano e Igor Vidor, em Lisboa.

Anunciação parte de uma imensa investigação sobre as ondas de protestos coordenados pelos Black Lives Matter, após o brutal assassinato de Gerge Floyd, na cidade estadunidense de Mineapolis, os protestos contra o genocídio de crianças indígenas no Canadá, e a queimada do monumento do bandeirantes Borba Gato em São Paulo, para questionar a tensa ocupação das cidades. No bojo destas, e de outras manifestações recentes que contestam a celebração da colonização na sociedade contemporânea, testemunhamos diversas estátuas serem derrubadas mundo afora. Estas estátuas que representavam colonizadores” e escravagistas foram derrubadas por uma multidão composta, em sua maioria, por pessoas negras. Este ato constitui uma simbologia muito forte, pois evidencia a urgência de discutirmos os monumentos e acervos constituídos durante o período da colonização. Ocupando todas as paredes do Hangar com imagens de monumentos de colonização recentemente derrubados, a exposição traz à tona a importância de repensar esses fatos.

Apoiada nas paredes, encontram-se imagens impressas em papelão de monumentos que homenageiam as invasões portuguesas ao chamado Novo Mundo”. A falta de volumetria sugere um esvaziamento de seu significado, e seu posicionamento anuncia a própria queda desses monumentos que insistem em ficar de pé, sustentando a auto estima colonial portuguesa.

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SILÊNCIO COLETIVO

O duo Silêncio Coletivo foi criado no ano de 2020, após os artistas Jaime Lauriano e Igor Vidor passarem a dividir um estúdio na cidade do Porto, Portugal. Em seus trabalhos, Jaime Lauriano nos convoca a examinar as estruturas de poder contidas na produção historiográfica brasileira, buscando trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado, aos arquivos confinados, em uma propos- ta de revisão e reelaboração coletiva da História. Já Igor Vidor nos permite refletir em seus trabalhos, como a aproximação de certos objetos e materiais evidenciam um cenário intermitente e de aparentemente insolúvel violência que encontra ecos e recorrências, na história do Brasil. Os dois se juntam agora para elaboração e mistura de ambas as produções.

Jaime Lauriano 

Jaime Lauriano (São Paulo, 1985) Vive e trabalha em São Paulo/Brasil. Graduou-se pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, no ano de 2010. Entre suas exposições mais recentes, destacam-se as individuais: Marcas, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil, 2018; Ao Norte do Rio, Sesc Santana, São Paulo, Brasil, 2018; Brinquedo de furar moletom, MAC Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, 2018; Assentam- ento, Galeria Leme, São Paulo, Brasil, 2017; Nessa terra, em se plantando, tudo dá, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil, 2015; Autorretrato em Branco sobre Preto, Galeria leme, São Paulo, Brasil, 2015; Impedimento, Centro Cultural São Paulo, São Paulo, Brasil, 2014; Em Exposição, Sesc, São Paulo, Brasil, 2013; e as coletivas: Vaivém, Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, Brasil, 2019; A Queda do Céu, CAIXA Cultural Brasília, Brasília, Brasil, 2019; Quem não luta tá morto – arte democracia utopia, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil, 2018; Histórias Afro-Atlânticas, MASP e Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil, 2018; The World’s Game: Fútbol and Contemporary Art, PérezArt Museum Miami, Miami, EUA, 2018; 11a Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Triângulo do Atlântico, Porto Alegre, Brasil, 2018; Levantes, SESC Pinheiros, São Paulo, Brasil, 2017; Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, São Paulo, Brasil, 2017; Metrópole: Experiência Paulistana, Estação Pinacoteca, São Paulo, Brasil, 2017; WELT KOMPAKT?, frei_raum Q21, Viena, Áustria, 2017; How to Remain Silent, A4 Arts Foundation, Cidade do Cabo, África do Sul, 2017; To- temonumento, Galeria Leme, São Paulo, Brasil, 2016; 10TH Bamako Encouters, Museu Nacional, Bamako, Mali, 2015; Empresa Colonial, Caixa Cultural, São Paulo, Brasil, 2015; Frente a Euforia, O cina Cultural Oswald de Andrade, São Paulo,Brasil, 2015; Tatu: futebol, adversidade e cultura da caatinga, Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil, 2014; Taipa-Tapume, Galeria Leme, São Paulo, Brasil, 2014; Espaços Independentes: A Alma É O Segredo Do Negócio, Funarte, São Paulo, Brasil, 2013; possui trabalhos nas coleções públicas Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, Brasil; Fundação Joaquim Nabuco, Recife, Brasil; MAC Niterói, Niterói, Rio de Janeiro, Brasil; MAR – Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro, Brasil; MASP – Museu de Arte de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu Casa das Onze Janelas, Belém, Pará, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil e Schoep in Stiftung: The Collec- tion, Lörrach, Alemanha.
Igor Vidor 

Igor Vidor (São Paulo, 1985) Vive e trabalha entre Berlim/Alemanha e São Paulo/Brasil. Graduou-se pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, no ano de 2010. Entre suas exposições mais recentes, destacam-se as individuais: Igor Vidor IBB-Video Space, Berlinische Galerie Museum Für Moderne Kunst, Berlin, 2021; Violence as Commodities, LOAF Laboratory of art and form, Kyoto, 2021; Trama, Core – Haus der Statistik, Berlin, 2021; New Viewings- Alegoria do Terror, Barbara Thumm Galerie, Berlim, 2020; Alegoria do Terror, Künstlerhaus Bethanien, Berlin, 2020; Heróis nunca celebram vilões / Heróis apenas celebram vilões, Gale- ria Leme, São Paulo, 2018; e as coletivas: Against Again: Art Under Attack in Brazil, John Jay College of Criminal Justice, Nova Iorque 2020; REconhecimento, Solar do Abacaxis, Rio de Janeiro, 2019; Com o ar pesado demais para respirar, GaleriaAthena, Rio de Janeiro, 2018; The World’s Game: Fútbol and Contemporary Art,Perez Museum, Miami, 2018; Bienal do Mercosul, Porto Alegre, 2018; Dove Audio Video Festival, Sewoon Arcade, Seul, 2017; Montage is a Heart Beat, Deep in theMountains Residência Internacional, Seul, 2017; California Paci c Triennial, in occasion of Nancy Popp installation, Orange County Museum of Art, Orange County, 2017; São Paulo não é uma cidade, Sesc 24 de Maio, São Paulo, 2017; 30 anos Instituto Itaú Cultural, Oca São Paulo, São Paulo, 2017; Quando o mar se tornou Rio, Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, 2017; No Man’s Land, NationalMuseum of Modern and Contemporary Art Korea, MMCA, Seul, 2016; Young Artists Project 16, Daegu Art Square, Daegu, 2016; A cor do Brasil, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2016; Jogos do Sul, Hélio Oiticica Cultural Center, Rio de Janeiro, 2016; Linguagens do corpo, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2016; Permanências e Destruições, Torre H, Rio de Janeiro, 2016; 1a Imagem e Movimento, Casa França-Brasil, Rio de Janeiro, 2016; Frestas, Trienal de Artes, SESC Sorocaba, 2014; Tatu: Futebol Adversidade e Cultura da Caatinga, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2014.