Hamburgo e o colonialismo alemão

© Francisco Vidal

Hamburgo e o colonialismo alemão

Enquanto cidade portuária, Hamburgo foi, em conjunto com Berlim, a metrópole colonial da Alemanha. Ainda antes da concretização formal do domínio colonial por parte do Império Alemão entre 1884 e 1919, já a cidade portuária lucrava com a expansão colonial da Europa e assumira enorme importância como centro de comércio de produtos coloniais. No período em que o Império Alemão existiu como entidade política – de 1871 a 1918/1919 – cabia a Hamburgo estabelecer a ligação entre o império e as colónias alemãs em África, na Ásia e na Oceânia, tendo-se por isso transformado numa placa giratória transnacional, ponto de confluência na mobilidade de bens coloniais e pessoas. E mesmo após a Primeira Guerra Mundial, Hamburgo permaneceu a porta da Alemanha para o mundo colonial.

Kim Todzi
+

A Speicherstadt em Hamburgo por volta do ano de 1890. Fonte: WikiCommons

Porta para o Mundo

Hamburgo é considerada a "Porta para o Mundo". No entanto, com frequência esquece-se ou até se ignora que esse mundo foi uma realidade predominantemente colonial até meados do século XX e que numerosos habitantes de Hamburgo também beneficiaram dessa ordem colonial muito antes da anexação de colónias por parte do Império Alemão a partir de 1884.

Logo na primeira metade do século XVIII, Hamburgo tornou-se o maior centro de refinação de açúcar da Europa. Em finais desse século, a refinaria do açúcar e o algodão contavam-se entre os mais importantes empreendimentos industriais ligados, fundamentalmente, ao colonialismo europeu, à economia das plantações e ao comércio da escravatura. Desse modo, os comerciantes e industriais de Hamburgo foram beneficiários diretos do chamado comércio esclavagista transatlântico, bem como de toda a economia esclavagista nas Caraíbas e nas Américas.

Navios no porto diante de Hamburgo, em 1883. Fonte: WikiCommons

No decurso do século XIX, graças à generalização do comércio livre, ou seja, à eliminação dos monopólios comerciais e de outras barreiras comerciais, os comerciantes de Hamburgo puderam expandir as suas atividades comerciais em todo o mundo, ainda que sob a hegemonia do Império Britânico. A economia de Hamburgo expandiu-se e por volta de 1900 o porto desta cidade era o maior da Europa continental.

Estabelecimento de um império colonial

A partir de finais da década de 1870, com algum desfasamento temporal em relação à ascensão económica, passaram também a fazer-se ouvir as vozes que exigiam o estabelecimento de um império colonial alemão. No final do século XIX, as rivalidades motivadas pelas políticas imperialistas das potências coloniais europeias intensificaram-se, sobretudo em África. Embora por volta de 1850 o controlo europeu se limitasse a somente algumas regiões costeiras e à África do Sul, nas décadas que se seguiram, essa situação veio a sofrer uma mudança profunda. Em resultado da chamada «Disputa pela África», até 1914 todas as áreas desse continente — à exceção da Libéria e da Etiópia — ficaram sob controlo europeu.

Nessa «disputa» participaram também os comerciantes de Hamburgo, sob a liderança de Adolph Woermann, honrosamente referido como «comerciante real». Casas comerciais de Hamburgo, tais como a C. Woermann, a G. L. Gaiser ou a Jantzen & Thormählen, importavam óleo de palma, amêndoa de palma, marfim e cauchu da África Ocidental, e exportavam álcool, artigos de algodão, armas e produtos têxteis manufaturados. Tomando como base um plano concebido por Adolph Woermann, a Câmara de Comércio de Hamburgo emitiu em julho de 1883 um memorando em que reclamava do Governo do Império Alemão a aquisição de colónias na África (Ocidental). Mediante esse memorando, o chanceler Otto von Bismarck — que começara por rejeitar a ideia da obtenção de colónias — pôde assim contar com uma boa ajuda na argumentação em prol da posterior fundação de um império colonial.

A partir de 1884, o Império Alemão foi então adquirindo os chamados «protetorados» em África, na Ásia e no Pacífico: estes incluíam, entre outros, o Togo, os Camarões, o «Sudoeste Africano Alemão» (Namíbia), a «África Oriental Alemã» (Tanzânia, Ruanda e Burundi), o território de Kiautschou (ou Kiauchau) na China, e algumas ilhas no Oceano Pacífico, os «Protetorados Alemães nos Mares do Sul».

Mapa do Império Alemão e das suas colónias. Fonte: WikiCommons

Metrópole colonial do Império Alemão

Nos anos que se seguiram, Hamburgo ascendeu à posição de metrópole do império. Era o seu porto que estabelecia a ligação entre as colónias e o Império Alemão. Aí se estabeleceram as sedes de numerosas companhias de navegação — entre as quais a Woermann-Linie ou a Deutsch-Ost-Afrika-Linie (Linha do Sudoeste Africano Alemão) —, mas também de empresas que comercializavam os produtos das plantações existentes nas colónias. Desde 1888, produtos coloniais como o óleo de palma, o marfim, o café, a canela, o cacau, as bananas e o chá foram armazenados na Speicherstadt, a «Cidade dos Armazéns» que recentemente começara a ser construída; este constituía então o maior complexo de armazéns contíguos do mundo e era também a partir daí que os produtos coloniais eram vendidos. Por outro lado, do porto de Hamburgo partiam ainda os navios carregados com as mercadorias exportadas para as colónias alemãs: para além de grandes quantidades de álcool de elevada graduação, estas consistiam sobretudo em vestuário e artigos feitos de algodão, armas e munições, e sal.

Contudo, no âmbito do império colonial alemão, também ao nível da mobilidade humana o porto de Hamburgo se tornou uma placa giratória. A cidade era com frequência a última estação no percurso de funcionários coloniais, de missionários e comerciantes, bem como de colonos que tivessem regressado à metrópole. Ao mesmo tempo, Hamburgo era ainda a primeira paragem para indivíduos vindos das colónias: tal foi o caso de Mpundu Akwa (filho do rei Akwa, um dos chefes do povo dos Duala que assinou um tratado de protetorado com os Alemães) ou de Samson Dido (chamado Mambingo Eyum, mas também conhecido como príncipe Dido de Didotown, da cidade de Duala), que viajaram dos Camarões para a Alemanha, o primeiro para receber formação, o segundo para participar numa pretensa mostra etnográfica organizada por Carl Hagenbeck. Este comerciante de animais selvagens e empresário, que se notabilizara ao explorar um bem-sucedido jardim zoológico privado, organizava as chamadas «Exposições Etnográficas de Hagenbeck», que entre 1874 e 1930 terão atraído mais de um milhão de pessoas a diferentes programas de entretenimento e constituíram também uma expressão da cultura colonial em Hamburgo. Nestes eventos eram exibidas pessoas provenientes de lugares muito distantes, em ambientes repletos de clichés, de modo a corresponder a uma imagem supostamente autêntica das singulares condições de «selvajaria» e «estranheza» em que viveriam na sua terra — imagem essa que se pretendia contrastante com a civilização em que os próprios espetadores se inseriam.

Durante a campanha de genocídio dos povos Herero e Nama, ocorrida entre 1904 e 1908, Hamburgo foi um importante centro logístico para o reabastecimento militar. A partir de 1901, em virtude de um contrato com a administração colonial alemã, a Woermann-Linie beneficiou efetivamente de uma posição monopolista no transporte de bens do Governo para a colónia do Sudoeste Africano Alemão. Entre 1904 e 1906, a Woermann-Linie e a Deutsch-Ost-Afrika Linie enviaram pelo menos 14 819 soldados e 11 065 cavalos de Petersenkai, um cais no porto de Hamburgo, na zona de Baakenhafen. A partir de 1905, a Woermann-Linie chegou mesmo a operar o seu próprio «campo de concentração» em Swakopmund e a solicitar ao governador da colónia o empréstimo de prisioneiros de guerra para realizarem trabalhos forçados. Os elevados custos de transporte levaram a que, em 1906, os deputados Matthias Erzberger (Partido do Centro Alemão) e August Bebel (Partido Social-Democrata da Alemanha) criticassem Woermann no Reichstag: com preços especulativos, este ter-se-ia aproveitado da guerra para prejudicar o Estado, cobrando exageradas tarifas de transporte e taxas de estadia dos navios em porto. Em resultado, foram rescindidos os contratos entre o Império Alemão e a Woermann-Linie.

A pretensão de Hamburgo de ser a «Porta para o Mundo (Colonial)» foi sublinhada pela criação, em 1879, do seu próprio Museu de Etnologia — que em 1912 se transferiu para o imponente edifício onde atualmente funciona, situado na Rothenbaumchaussee —, bem como pela fundação, em 1908, do Instituto Colonial — que após o fim da Primeira Guerra Mundial se converteu na Universidade de Hamburgo. Estas instituições estavam intimamente ligadas à ideologia e cultura coloniais, as quais entendiam o domínio exercido sobre as colónias como uma «missão civilizadora», tentando ao mesmo tempo dissimular o caráter tirânico do colonialismo.

Perda das colónias e revisionismo colonial

A derrota do Império Alemão na Primeira Guerra Mundial (1914–1918), além de acabar com essa entidade política, marcou também o fim do seu império colonial. No entanto, tal não significou o fim das ambições coloniais da Alemanha, nem tão pouco o fim do domínio colonial nos territórios anteriormente anexados pela Alemanha. Na negociação dos Tratados de Paz de Versalhes, as antigas colónias alemãs foram transformadas em «territórios sob mandato», colocados sob o controlo de outras potências coloniais, devido a uma comprovada «incapacidade colonial».

Durante a República de Weimar (1918–1933), o movimento colonial ganhou renovado vigor e exigiu a devolução das antigas colónias alemãs, tentando influenciar a opinião pública na Alemanha por meio de palestras, publicações, conferências e exposições. Exemplo disso foi o facto de, em 1922, ter sido erigida em Hamburgo, junto ao edifício principal da universidade, uma estátua do oficial colonial Hermann von Wissmann; pretendia-se assim, numa localização central, criar um lugar de recordação das colónias perdidas, que deveria «instar ao esforço de reaquisição do território colonial ultramarino». Ainda que o movimento colonial tivesse gozado de bastante popularidade, não conseguiu alcançar quaisquer sucessos políticos significativos. Com a tomada do poder por parte dos nacional-socialistas, os defensores do movimento colonialista esperavam obter uma nova oportunidade para recuperar as colónias perdidas. No entanto, para os nacional-socialistas as colónias ultramarinas não assumiam senão uma importância secundária. A localização geográfica do colonialismo alemão tomou uma nova direção e passou do Sul Global para o Leste Europeu; é essa a interpretação que historiadores como Jürgen Zimmerer fornecem para a «reorganização do espaço com base na “raça”», tal como estabelecido no Generalplan Ost, o plano nacional-socialista de genocídio e limpeza étnica a realizar no Leste europeu. Para os territórios polacos e soviéticos ocupados, previa-se a implantação das empresas que nas colónias ultramarinas tivessem já adquirido experiência com «condições primitivas». Desse modo, empresas hamburguesas como a G. L. Gaiser assumiram o estabelecimento de uma rede de filiais no Leste da Polónia «análoga ao seu negócio de feitorias em África».

Debates sobre a cultura da memória

A extensa derrota na Segunda Guerra Mundial (1939–1945) impôs definitivamente um fim à história do domínio colonial alemão, se bem que as fantasias coloniais, as tradições do pensamento e outros resquícios da cultura e ideologia coloniais estivessem longe de ter-se extinguido.

A extensa derrota na Segunda Guerra Mundial (1939–1945) impôs definitivamente um fim à história do domínio colonial alemão, se bem que as fantasias coloniais, as tradições do pensamento e outros resquícios da cultura e ideologia coloniais estivessem longe de ter-se extinguido.

Testemunho disso mesmo são também os vestígios do colonialismo em Hamburgo, que ainda hoje marcam presença na cidade, suscitando assim a necessidade de a sociedade se ocupar com a atualidade da história colonial. A análise crítica da cultura da memória (pós-)colonial em Hamburgo começou logo a partir do movimento de Maio de 68. Em 1967 e novamente em 1968, o monumento a Wissmann situado em frente à Universidade de Hamburgo foi derrubado por estudantes. Para além de uma abordagem crítica da história colonial alemã, quem realizou o protesto pretendia sobretudo condenar uma manifestação do imperialismo então bem presente: com efeito, a era colonial ainda não tinha terminado, já que, através do fornecimento de armas, a RFA apoiava Portugal nas guerras coloniais contra os movimentos de libertação em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

Relevo dos askaris. Foto: © Kim Sebastian Todzi

Desde o final da década de 1990 que a convivência com o legado colonial existente em Hamburgo tem sido objeto de um animado debate por parte da sociedade. A controvérsia a respeito do chamado Tansania-Park («Parque da Tanzânia»), situado numa antiga caserna no bairro de Jenfeld, em Hamburgo, conseguiu sensibilizar um público mais vasto. Por iniciativa de uma associação cultural privada, deveriam aí passar a ser exibidos monumentos da era nacional-socialista, entre os quais dois relevos que representam soldados coloniais africanos (conhecidos como «askari »). Pretendia-se que esses grupos escultóricos de teor racista — que haviam sido erigidos sob o nacional-socialismo, para moralização e mobilização das tropas aquando do rearmamento da Wehrmacht que precedeu a Segunda Guerra Mundial, e haviam já servido o revisionismo colonial — viessem nesse «Parque da Tanzânia» a cumprir a absurda função de símbolo do entendimento entre o povo alemão e os povos africanos. A inauguração do parque suscitou grande contestação, levando o primeiro-ministro tanzaniano a cancelar a visita que estava prevista.

Estas e outras disputas semelhantes levaram à decisão, tomada em 2014 pelo Senado de Hamburgo, de promover ativamente nesta cidade uma abordagem crítica do colonialismo, permitindo assim um novo começo no âmbito da cultura da memória pós-colonial. Para esse efeito, foi em 2017 iniciado um processo participativo, tendo em 2019 sido convocado um Conselho Consultivo para a Descolonialização de Hamburgo, que em fevereiro de 2021 apresentou um primeiro documento sobre as questões-chave para a criação de um conceito de memória descolonizante.

Setembro 2020

Tradução: Paulo Rêgo

+-

Bibliografia

Conrad, Sebastian: Deutsche Kolonialgeschichte [História colonial alemã], Munique, 2012.

Ebbinghaus, Angelika; Linne, Karsten (org.): Kein abgeschlossenes Kapitel. Hamburg im "Dritten Reich" [Um capítulo ainda por terminar. Hamburgo no Terceiro Reich], Hamburgo, 1997.

Friedrichsmeyer, Sara; Lennox, Sara; Zantop, Susanne (org.): The Imperialist Imagination. German Colonialism and its Legacy [A imaginação imperialista. O colonialismo alemão e o seu legado], Ann Arbor, 1998.

Linne, Karsten: Auf dem Weg zur "Kolonialstadt Hamburg". Eine spezifische Form der Standortpolitik [A caminho da «cidade colonial de Hamburgo». Uma forma específica de política de localização], in : Kein abgeschlossenes Kapitel. Hamburg im "Dritten Reich" , [Um capítulo ainda por terminar. Hamburgo no Terceiro Reich], org. de Angelika Ebbinghaus e Karsten Linne, Hamburgo, 1997, págs. 177–212.

Linne, Karsten: Deutschland jenseits des Äquators? Die NS-Kolonialplanungen für Afrika [A Alemanha para além do Equador? Os planos coloniais dos nacionais-socialistas para África], Berlim, 2008

Möhle, Heiko (org.): Branntwein, Bibeln und Bananen. Der deutsche Kolonialismus in Afrika. Eine Spurensuche [Aguardente, bíblias e bananas. O colonialismo alemão em África. Em busca de vestígios], Hamburgo, 2011.

Möhle, Heiko; Heyn, Susanne; Lewerenz, Susann (org.): Zwischen Völkerschau und Kolonialinstitut. AfrikanerInnen im kolonialen Hamburg. Begleitbroschüre zur Ausstellung des St. Pauli Archivs e.V. und des Eine Welt Netzwerks Hamburg e.V [Entre as «mostras etnográficas e o Instituto Colonial. Os africanos na Hamburgo colonial. Brochura de acompanhamento da exposição do Arquivo St. Pauli e da Rede Um Mundo Hamburgo], Hamburgo, 2006.

Projeto «Centro de Investigação do Legado (Pós-)Colonial de Hamburgo / Hamburgo e os primeiros passos da globalização» (Projektverbund “Forschungsstelle Hamburgs (post-)koloniales Erbe) / Hamburg und die frühe Globalisierung”): 50 Jahre Denkmalsturz. Der Sturz des Wissmann-Denkmals an der Universität Hamburg 1967/68 [50 anos após o derrube do monumento a Wissmann na Universidade de Hamburgo em 1967/68], https://kolonialismus.blogs.uni-hamburg.de/50-jahre-denkmalsturz-der-sturz-des-wissmann-denkmals-an-der-universitaet-hamburg-1967-68/, 09/09/2020.

Schliehe, Nils: Deutschlands Hilfe für Portugals Kolonialkrieg in Afrika. Die Bundesrepublik Deutschland und der angolanische Unabhängigkeitskrieg 1961–1974 [A ajuda alemã na guerra colonial portuguesa em África. A República Federal da Alemanha e a Guerra de Independência de Angola 1961–1974], Munique, 2016.

Thode-Arora, Hilke: Für fünfzig Pfennig um die Welt. Die Hagenbeckschen Völkerschauen [Uma volta ao mundo por quinze cêntimos. As mostras etnográficas de Hagenbeck], Frankfurt am Main, Nova Iorque, 1989.

van Laak, Dirk: Über alles in der Welt: deutscher Imperialismus im 19. und 20. Jahrhundert [Acima de tudo em todo o mundo. O imperialismo alemão nos séculos XIX e XX], 2005.

Washausen, Helmut: Hamburg und die Kolonialpolitik des Deutschen Reiches. 1880 bis 1890 [Hamburgo e a política colonial do Terceiro Reich. 1880 a 1890], Hamburgo, 1968.

Zimmerer, Jürgen (org.): Von Windhuk nach Auschwitz? Beiträge zum Verhältnis von Kolonialismus und Holocaust [De Windhoek a Auschwitz? Contributos para a relação entre o colonialismo e o holocausto], Münster, 2011.

Zimmerer, Jürgen (org.): Kein Platz an der Sonne. Erinnerungsorte der deutschen Kolonialgeschichte [Sem lugar ao sol. Lugares de memória da história colonial alemã], Frankfurt am Main, 2013.

Zimmerer, Jürgen; Zeller, Joachim (org.): Völkermord in Deutsch-Südwestafrika. Der Kolonialkrieg (1904–1908) in Namibia und seine Folgen [Genocídio no Sudoeste Africano Alemão. A guerra colonial de 1904 a 1908 na Namíbia e as suas consequências], Berlim, 2016.

Última edição em: 21/12/2024 06:05:05