De quem se esqueceu Lisboa

De quem se esqueceu Lisboa

Excerto do livro de Leonor Rosas, "De quem se esqueceu Lisboa - A luta pela inscrição da memória anticolonial e antirracista no espaço público". Analisando as condições objetivas e a conjuntura política em que as lutas e os debates se desenrolaram e igualmente as formas como a resistência e a transformação social se organizam, este trabalho procura encarar o progresso e a transformação social não como um dado adquirido mas como uma responsabilidade comum e coletiva, pela qual somos responsáveis, num processo do qual todas e todos fazemos parte. Isto não significa crer numa teleologia totalizante, imune à ação individual ou coletiva mas, pelo contrário, reconhecer a força material das ideias, a capacidade de agencialidade mesmo face ao peso da dominação e o poder transformador da ação dos subalternizados.

Leonor Rosas
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Cabo Verde na Europa. Memória e Identidade Cultural em Lisboa e Hamburgo no séc. XXI

© Francisco Vidal

Cabo Verde na Europa. Memória e Identidade Cultural em Lisboa e Hamburgo no séc. XXI

Logo após a descoberta das ilhas cabo-verdianas em finais do séc. XV, este território passou a assumir um papel geoestratégico preponderante na formação de novas identidades no espaço Atlântico, sobretudo entre os séculos XVII e XIX, período em que se deu o maior êxodo de africanos. Cabo Verde foi o primeiro ponto de passagem de pessoas escravizadas vindas do continente africano que, através da migração forçada e da ladinização, contribuíram para a construção de novas dinâmicas sociais crioulas nas Américas e na Europa. Passados cinco longos séculos desde o início deste processo, em que medida é possível descrever as experiências de migração da população cabo-verdiana nos primeiros cinquenta anos de Independência (1975) na Europa, com especial foco em Lisboa e Hamburgo?

Hélder Lopes & Madlene Gomes Reis
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As origens do movimento negro e da luta antirracista em Portugal no século XX: a geração de 1911-1933

© Francisco Vidal

As origens do movimento negro e da luta antirracista em Portugal no século XX: a geração de 1911-1933

Entre 1911 e 1933 surgiu um movimento negro no país, diretamente influenciado pelo panafricanismo, que lutou contra o racismo e iniciou um embrionário processo de contestação à opressão colonial. Entre a Primeira República e o Estado Novo, esta geração vai fundar diversos títulos de imprensa e várias organizações em Lisboa.

Pedro Varela & José Pereira
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África em Lisboa: representações da cidade pós-colonial

© Francisco Vidal

África em Lisboa: representações da cidade pós-colonial

O poema Lisabona, do poeta Luís Carlos Patraquim; a peça Museu do Pau Preto, de António Tomás; e o documentário Os lisboetas, de Sérgio Trefaut são algumas das mais diversas representações culturais contemporâneas que representam Lisboa como uma cidade pós-colonial. Todas estas produções salientam as contradições e as assimetrias por vezes ocultadas pelo discurso celebratório da lusofonia, devolvendo assim imagens da cidade, radicalmente distantes das representações de uma Lisboa tanto lusófona quanto multicultural.

Jessica Falconi
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Lugares de memória pós-coloniais

© Francisco Vidal

Lugares de memória pós-coloniais

O conceito de lugar de memória no contexto do projeto ReMapping Memories Lisboa-Hamburg

A forma como uma sociedade lida com o passado reflete-se em várias manifestações da memória cultural. Mas como é que se produz a memória cultural e onde é que esta se situa? Em sociedades pluralistas, que conceitos fazem justiça à discussão do passado? E como pode a memória ser pensada a partir de uma perspetiva pós-colonial?

Jonas Prinzleve
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Memória pós-colonial enquanto desafio

© Francisco Vidal

Memória pós-colonial enquanto desafio

Os legados coloniais na cidade

Quando memória e desmemória se encontram, surgem fissuras, contradições e conflitos que nos fazem tomar consciência de que não vivemos a mesma História e não temos dela uma memória comum. Na Europa pós-colonial, as fissuras causadas pelos legados coloniais são cada vez mais visíveis, porque a exigência de igualdade de direitos atingiu uma nova dimensão pós-colonial que ameaça derrubar a história da Europa e os seus monumentos.

Noa K. Ha
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Linhas de conexão

© Francisco Vidal

Linhas de conexão

Acerca do legado colonial comum das cidades portuárias de Lisboa e Hamburgo

Durante muito tempo, as cidades portuárias de Hamburgo e Lisboa contaram-se entre as metrópoles coloniais mais influentes da Europa. Foram importantes pontos de interseção na longa e violenta génese do mundo globalizado em que vivemos hoje. O legado colonial de ambas as cidades mostra uma multiplicidade de linhas de conexão.

Jonas Prinzleve
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Marcas do Império na Cidade de Lisboa

© Francisco Vidal

Marcas do Império na Cidade de Lisboa

O passado colonial português deixou marcas impressivas no espaço público nacional, sobretudo na cidade de Lisboa, a antiga capital do império. Estas marcas estendem-se até ao período pós-colonial, quando o império é resignificado, ora como lugar de comemoração da identidade nacional, ora como lugar da sua contestação por via da reclamação de uma memória mais justa e plural sobre o encontro colonial.  

Elsa Peralta
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Hamburgo e o colonialismo alemão

© Francisco Vidal

Hamburgo e o colonialismo alemão

Enquanto cidade portuária, Hamburgo foi, em conjunto com Berlim, a metrópole colonial da Alemanha. Ainda antes da concretização formal do domínio colonial por parte do Império Alemão entre 1884 e 1919, já a cidade portuária lucrava com a expansão colonial da Europa e assumira enorme importância como centro de comércio de produtos coloniais. No período em que o Império Alemão existiu como entidade política – de 1871 a 1918/1919 – cabia a Hamburgo estabelecer a ligação entre o império e as colónias alemãs em África, na Ásia e na Oceânia, tendo-se por isso transformado numa placa giratória transnacional, ponto de confluência na mobilidade de bens coloniais e pessoas. E mesmo após a Primeira Guerra Mundial, Hamburgo permaneceu a porta da Alemanha para o mundo colonial.

Kim Todzi
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