© Kiluanji Kia Henda

PROJETO PARA O MEMORIAL DE HOMENAGEM ÀS PESSOAS ESCRAVIZADAS, LISBOA

Kiluanji Kia Henda: Plantação

O artista Kiluanji Kia Henda submeteu o projeto "Plantação" ao concurso para o Memorial planeado em Lisboa de homenagem às pessoas escravizadas, proposto pela DJASS. A instalação será erguida como memorial num local central em Lisboa, no Campo das Cebolas. Nesta obra, o artista aborda a memória da escravatura pela resistência e como a presença de uma ausência, pois é impossível "representar de forma directa e realista um trauma transnacional deste tipo".

 

O projecto é uma representação de uma plantação queimada composta por 400 canas-de-açúcar feitos de alumínio preto, cada um com 3 metros de altura e 8 centímetros de diâmetro. O memorial mostra a ligação histórica entre a monocultura e a escravatura como entre o excesso de riqueza e a exploração desumana. O objectivo do projecto é criar um lugar de recordação que estimule a reflexão. A questão é que no centro do medo, os caminhos do encontro estão abertos, levando a novas criações e novas possibilidades de convivência, diz o artista na sua descrição do projecto.

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Biografia do Artista

KILUANJI KIA HENDA ANGOLA (1979)

Vive e trabalha em Luanda, Angola. Participou em vários programas de residências em cidades como Veneza, Cidade do Cabo, Paris, Amã, Arles, Nova Iorque e Sharjah, entre outras. Entre as suas exposições individuais, podem referir-se “Something Happened on the Way to Heaven” (Lisboa, 2020), “The Isle of Venus” (Museum Leuven, Leuven, 2020), “A City Called Mirage” (International Studio and Curatorial Program, Nova Iorque, 2017), “In the Days of a Dark Safari” (Galeria Filomena Soares, Lisboa, e Goodman Gallery, Cidade do Cabo, 2017) e “Self-Portrait As A White Man” (Galleria Fonti, Nápoles, 2010).

Membro fundador do coletivo Fuckin´Globo em Luanda, o artista participou também em exposições coletivas em numerosas instituições, entre as quais o Barbican Art Center (Londres, 2020), o Migros Museum (Zurique, 2020), o Centre Georges Pompidou (Paris, 2020), o Zeitz MOCAA (Cidade do Cabo, 2019), a Tate Modern (Londres, 2019), o MAAT (Lisboa, 2018), o National Museum of African Art – Smithsonian Institution (Washington D.C., 2015) e o Museo Guggenheim (Bilbau, 2015). O seu trabalho foi exposto na Bienal de Gwangju (2018), Bergen Assembly (2013), Bienal de São Paulo (2010), Bienal de Veneza (2007) e Trienal de Luanda (2007). Em 2017, foi-lhe atribuído o prémio Frieze Artist Award. Apresentou o seu trabalho The Fortress no pátio da Somerset House (Londres), em 2019.

O artista ganhou ainda o Prémio Nacional de Cultura e Artes de Angola em 2012. Obras suas podem ser encontradas em coleções públicas, incluindo a da Tate Modern (Londres), Museu de Arte Moderna (Varsóvia), Centre George Pompidou (Paris), Pérez Art Museum (Miami) e Coleção de Arte Moderna Calouste Gulbenkian (Lisboa).

Mais informações:

Informações gerais sobre o memorial planeado - www.memorialescravatura.com

Ver: Entrevista do artista

Ver: Texto sobre o processo de selecção participativa em Lisboa