Jardim Zoológico de Hagenbeck

© Nicole Benewaah Gehle 2021

Jardim Zoológico de Hagenbeck

A “grande atração” de Hamburgo não é do agrado geral

Anke Schwarzer
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Oficialmente, Hamburgo orgulha-se do Tierpark Hagenbeck, o jardim zoológico da cidade. No entanto, há também cidadãos de Hamburgo que preferem não visitar esse lugar. Existe uma campanha que dirige um apelo a esta empresa privada e familiar no sentido de realizar uma abordagem crítica que reveja as implicações da sua história colonial. A principal razão é a exibição de verdadeiros ”zoos humanos” que Carl Hagenbeck organizou entre 1875 e 1932.

Hamburgo honra o fundador do Tierpark Hagenbeck não só através do nome de uma rua, a Hagenbeckstraße, como ainda com uma avenida, a Hagenbeckallee; além disso, a cidade celebra o jardim zoológico como uma atração própria e chega mesmo a injetar fundos financeiros para manutenção das instalações, que se encontram ao abrigo das leis de proteção do património. No entanto, há cidadãos de Hamburgo que preferem nem sequer visitar o zoo. E há jovens que, no verão de 2020 e usando como lema o hashtag #notmyhero, lançaram uma campanha em que exprimem o incómodo sentido em relação ao monumento ao fundador do jardim zoológico. Entretanto, foram já quase 10 mil pessoas que subscreveram a petição online [1].

Banner de uma petição online, da campanha #notmyhero, levada a cabo em 2020. No banner pode ler-se ”CONTRA O RACISMO – Acabar com a estátua e a rua Hagenbeck”. Imagem: © Johanna Brinckman

Essa campanha desafia a empresa a realizar uma abordagem crítica das implicações coloniais na história da família Hagenbeck. A verdade é que, nos seus jardins zoológicos, Carl Hagenbeck não se limitou a exibir mandris, carneiros-da-berbéria e grous-da-manchúria; realizou também mostras de seres humanos de diferentes regiões do mundo. Entre 1875 e 1932, Hagenbeck organizou cerca de 70 grupos de indivíduos que participaram em numerosas exibições, tanto em Hamburgo como noutras cidades da Europa [2].

”Anel de sinete” com a efígie de Carl Hagenbeck, patente no local onde este nasceu, no bairro de Sankt Pauli, em Hamburgo. Imagem: © Anke Schwarzer

O início de uma longa história

Carl Hagenbeck nasce em 1844, no bairro hamburguês de Sankt Pauli, onde também passa a infância. Depois de o seu pai, que se destacou como negociante de peixe, ter adquirido seis focas — que decidiu colocar num tanque e exibir ao público, a troco de dinheiro, ainda que mais tarde as tenha vendido —, criaram-se as condições para também ele se tornar um comerciante de animais. Foi o início de um negócio de família multifacetado e economicamente bastante bem-sucedido que se manteve até aos nossos dias. Num espaço de exposição que recebeu o nome de Handelsmenagerie (traduzível como ”recinto comercial de animais [exóticos]”), situado na Spielbudenplatz — uma praça comprida adjacente à Reeperbahn, uma famosa rua de Hamburgo em Sankt Pauli —, podia ver-se papagaios, sarigueias e pequenos macacos.

Na primavera de 1874, Carl Hagenbeck transfere a sede do seu negócio para o número 13 de uma praça chamada Pferdemarkt, mais afastada do centro, onde abre o chamado Carl Hagenbecks Thierpark. Os visitantes afluem em grande quantidade àquele espaço de 6000 metros quadrados, inserido nas traseiras de blocos de apartamentos. Não tarda a que, mais do que as girafas que aí há para ver, sejam também exibidas pessoas. Em 1875, um grupo de indivíduos do povo Sami, composto por quatro adultos e duas crianças, vindos da Escandinávia, acompanha a chegada de um transporte de renas de grandes dimensões. Um ano mais tarde, chegam a Hamburgo homens vindos de territórios pertencentes ao atual Sudão. De acordo com relatos em jornais contemporâneos, durante a Páscoa de 1878 foram 44 mil as pessoas que vieram observar uma família de inuítes de Jacobshaven, uma localidade na Gronelândia, a preparar comida, a embalar o bebé e a manusear o caiaque. Seguem-se famílias e grupos de indígenas do Chile, da Austrália, da Índia, dos Camarões, da Rússia, dos EUA, de Samoa, da Etiópia e de outros territórios que deram origem aos atuais países do Sri Lanka, Myanmar (Birmânia) e Somália.

O que se pretende não é apresentar aquelas pessoas como indivíduos, mas antes como um protótipo representativo do seu ”povo” — de preferência até acompanhadas dos ”respetivos” animais de estimação. À compilação destes quadros humanos Hagenbeck atribuiu o nome de ”exposição antropológico-zoológica” [3]. Ao longo do tempo, década após década, as encenações foram-se tornando mais complexas: era frequente comporem-se de um programa fixo, que incluía danças, cânticos, demonstrações com cavalos, caiaques ou com lanças. Em 1907, Hagenbeck inaugurou o primeiro jardim zoológico em que se recriava panoramas inteiros de terrenos rochosos e em que os recintos dos animais dispensavam os gradeamentos. As chamadas ”Völkerschauen” (”mostras etnográficas”) continuaram a ser promovidas por este astuto homem de negócios [4].

Panorama representativo das terras setentrionais, no Jardim Zoológico de Carl Hagenbeck em Stellingen, Hamburgo (postal, 1910). Imagem: Wikimedia Commons © Domínio público

Dromedários ao serviço do genocídio
Cerca de um ano antes de se concretizar a abertura das novas instalações do seu jardim zoológico, o exército colonial do Império Alemão incumbiu Hagenbeck de fornecer 2000 dromedários, que deveriam vir a ser utilizados no território do Sudoeste Africano Alemão. Trata-se, nas palavras do próprio empresário, de uma ”encomenda enorme”. Ainda de acordo com as suas próprias declarações, não hesitou um segundo sequer: de modo algum deixaria escapar esta oportunidade de negócio, acabando assim por se envolver na guerra contra os Ovaherero e os Nama. O facto de o que ali estava em preparação ser um genocídio não era propriamente segredo, nem mesmo para quem estivesse em Hamburgo: cartões-postais, relatórios e ordens escritas prestam um testemunho de expulsões, expropriações, trabalhos forçados e campos de detenção. É com orgulho que Carl Hagenbeck relata que, num período de tempo de 192 dias, conseguiu a bordo de cinco navios a vapor transportar os animais solicitados, bem como os respetivos condutores, a partir das cidades portuárias de Port Said (Egito) e de Berbera (Somália) e rumo aos portos namibianos de Swakopmund e Lüderitz. De Hamburgo enviou e fez chegar comida e arreios para os animais em quantidade suficiente. Para a bem-sucedida aquisição dos dromedários terá, de resto, contado com a ajuda do seu ”velho amigo Hersy Egga”, um indivíduo somali [5] que Hagenbeck já conhecia de uma das suas ”mostras etnográficas”.
Imagens de órgãos genitais e medições cranianas

A complexa rede de empresas de Hagenbeck, que envolveu os irmãos, os filhos e o cunhado Johann Umlauff, bem como numerosos agentes, não se limitou a vender ursos-formigueiros e elefantes a jardins zoológicos um pouco por todo o mundo. Para além da captura de animais, o negócio vivia ainda da comercialização de ”artigos etnográficos”, abarcando desde os cartões-postais aos crânios humanos. Hagenbeck deu palestras no Instituto Colonial de Hamburgo e trabalhou também em estreita colaboração com o médico e antropólogo Rudolf Virchow. Este último estava muito interessado em examinar as mulheres, homens e crianças das ”mostras etnográficas” — independentemente do consentimento dos visados. Foram feitas medições dos narizes, da altura das orelhas e dos ângulos faciais, bem como imagens de partes dos seus corpos [6]. Nem todos aqueles que morreram de sarampo, varíola ou doenças venéreas puderam ser enterrados com dignidade. De algumas dessas pessoas recolheram-se os cérebros ou segmentos de pele tatuados, que foram preservados em coleções museológicas de algumas cidades europeias.

”Carl Hagenbeck e os seus “jardins zoológicos humanos” contribuíram muito significativamente para a criação e consolidação das atitudes racistas — que subsistem até aos nossos dias», pode ler-se na petição online de Hamburgo [7]. Nela faz-se um apelo ao fim do enaltecimento e glorificação de figuras históricas como Carl Hagenbeck. Para além disso, essa campanha promove a conceção de um novo monumento, um memorial que homenageie as pessoas afetadas e as vítimas das chamadas ”mostras etnográficas”, como é o caso de Abraham Ulrikab e da sua família.

Relatos raros guardados em cartas

As cartas e entradas de diário de Abraham Ulrikab contam-se entre os poucos documentos que nos fornecem o ponto de vista pessoal de quem participou e atuou numa daquelas ”mostras etnográficas” [8]. Ainda no Labrador, no atual Canadá, o agente norueguês Adrian Jakobsen aliciou Abraham Ulrikab, a sua mulher Ulrike e as suas duas filhas, Sara e Marie, para passarem uma temporada na Europa. Ao serviço de Hagenbeck, trouxe esta família, bem como outros inuítes, para Hamburgo. Por negligência, não providenciou para que estas oito pessoas fossem vacinadas contra a varíola, o que viria a determinar a morte de todos os membros do grupo.

O ar está constantemente repleto do barulho das pessoas que passam, a pé ou de carro. ”A correria e o ribombar duram toda a noite e todo o dia”, escreve Abraham Ulrikab no seu diário em 1880 [9]. Queixa-se de saudades de casa, do frio, do ruído excessivo tanto das carruagens como dos assobios das máquinas de vapor, do pão duro e da atitude importuna das multidões de pessoas que visitavam o alojamento da sua família sem qualquer noção de decência. Sentia necessidade de mantê-las longe das janelas com estacas de madeira, tendo também tido de fazer uso do seu chicote. ”Cometi um erro terrível”, escreveu o inuíte de 30 anos de idade [10]. Atormentava-o a ideia de ter empreendido a viagem contra o conselho dos missionários da Igreja dos Irmãos Morávios que se haviam fixado em Hebron, a povoação onde viviam.

Uma forja da noção de superioridade branca

Abraham Ulrikab viu-se tentado pelo dinheiro que lhe prometeram, pois tinha acumulado dívidas junto dos missionários. Além disso, estava curioso em relação à vida na Europa e tinha esperança de, durante a sua estadia, vir a conseguir visitar a Missão dos Irmãos Morávios. As motivações dos outros participantes nestes espetáculos seriam de diferentes tipos — isto na medida em que tivessem sequer sido informados acerca da respetiva missão e o destino da viagem [11]. A obtenção de dinheiro e presentes, previamente acordados em contratos, poderá ter sido um estímulo. No caso dos participantes nos espetáculos que detinham um estatuto social mais elevado — como era o caso de Mambingo Eyum, conhecido como Príncipe Samson Dido, ou ainda de Friedrich Mahahero ou de Tupua Tamasese Lealof —, estes poderão ter albergado algum interesse em vir a estabelecer relações diplomáticas. Certamente não contavam com a fruta que lhes era atirada, com as atitudes impertinentes, com os maus-tratos nem com a violência de que foram vítimas. Os espetáculos eram aviltantes, podendo em geral ser descritos como uma espécie de forja da noção de superioridade branca, o que obviamente reforçava os sentimentos de inferioridade de quem se via ”exposto”, sentimentos esses fomentados por um regime com uma visão colonial e racista do mundo.

Hans-Jürgen Massaquoi relata as suas experiências nas ”mostras etnográficas” de Hamburgo. Imagem: © Stockphoto

O cidadão hamburguês Hans-Jürgen Massaquoi relata como, ainda criança, provavelmente por volta dos anos de 1930 e 1931, visitou o jardim zoológico e assistiu a uma ”mostra etnográfica” e, pelo simples facto de ser negro, se viu transferido para uma situação em que foi discriminado e considerado como integrante do grupo dos ”outros”: ”De repente, aconteceu precisamente aquilo que, desde o primeiro momento, eu temia que pudesse vir a acontecer.” Apesar de o rapazinho ter tentado esconder-se, houve um visitante do jardim zoológico que lhe apontou o dedo e, dirigindo-se à sua acompanhante, exclamou: ”Olha lá! É um dos miúdos daquela gente!” Profundamente envergonhado e constrangido face àquela ofensa ao seu sentido de pertença, regressou a casa com a mãe. Ao fim do dia, haviam já jurado que nunca mais voltariam a entrar no Jardim Zoológico de Hagenbeck, relatou Massaquoi [12].

Ecos persistentes

”O corpo transforma-se em objeto de exposição e serve de espelho de nostalgias exóticas ou como superfície de projeção das imagens negativas que os espetadores têm daquilo que é diferente”, escreve Albert Gouaffo [13], um estudioso da literatura e da cultura. Ao mesmo tempo, não deverá deixar de ser referido que as pessoas que se viam humilhadas e reduzidas a objetos de exibição possuíam algum espaço de manobra e alguma possibilidade de resistência, tendo chegado a tirar partido disso na medida em que as relações de poder assim o permitiam. Os ecos destes espetáculos coloniais continuam a ressoar e fazem-se ”ouvir” nos nossos dias: há descendentes que tentam investigar o que terá sucedido com os seus familiares; há ossadas humanas que estão a ser repatriadas [14]. São aos milhares as imagens repletas de estereótipos que circulam pela internet. Até finais da década de 1950, o Jardim Zoológico de Hagenbeck realizou tentativas de apresentar espetáculos com seres humanos ”exóticos” nas suas instalações em Stellingen. Ainda hoje produções como ”Dschungelnächte” (”Noite na selva”) ou até mesmo a existência de um hotel temático junto ao parque, com decorações de inspiração colonial, transmitem uma impressão bastante complacente dos tempos coloniais. Para alguns dos visitantes não deixa de ser uma experiência medonha aperceber-se de que neste mesmo lugar houve pessoas que foram exibidas em virtude das suas caraterísticas raciais.

Na sua autobiografia, Marie Nejar relata os efeitos que as ”mostras etnográficas” tiveram na sua infância. Imagem: © Stockphoto

Marie Nejar descreve na sua autobiografia o modo como ficou a saber deste tipo de práticas. Nasceu em 1930 e cresceu no bairro de Sankt Pauli. Ali nas redondezas eram poucos os demais negros que conhecia. Entre essas pessoas estava a chamada ”Tia Henny”, uma senhora roliça e de espírito alegre. Certo dia, esta contou-lhe que ela, o seu marido Yuan e os filhos tinham sido exibidos como figurantes numa exposição do Jardim Zoológico de Hagenbeck, escreve Marie Nejar. E prossegue: ”Aquilo soou-me terrível. Já antes estivera por diversas vezes em Stellingen com a minha avó, para ir ver os animais no Jardim Zoológico de Hagenbeck, mas nunca vira nada assim.” Entretanto, porém, já conseguia estabelecer uma ligação com uma outra coisa que nunca entendera: é que, por vezes, quando ia na rua, havia adultos que gritavam assim para ela: ”Ah, tu deves é ter saído de Hagenbeck!” Marie Nejar sempre se sentira ofendida com aquilo, mas nunca soubera como responder. Questionou-se então: ”Mas será que me tomavam mesmo por um animal? Ou teriam já assistido àquelas ”mostras etnográficas”? [15]

A abertura dos arquivos? Um pedido de desculpas ou algum tipo de esclarecimento? Ao ser questionado nesse sentido, o Jardim Zoológico de Hagenbeck declara estar a contribuir ”ativamente para uma abordagem crítica deste tema”. Acrescenta ainda que deverá compreender-se que existem questões que ”neste momento” não podem ainda ser respondidas. Este ”momento” já dura há bastante tempo – para não dizer há demasiado tempo.

Tradução: Paulo Rêgo

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Notas

[1] Brinckmann, Johanna/change.org (05/07/2020): Abschaffung der Carl Hagenbeck Statue & Strasse und Denkmal für die betroffenen Menschen! [Acabe-se com a estátua e a rua em honra de Carl Hagenbeck e crie-se um monumento às pessoas por ele afetadas!] https://www.change.org/p/gegen-rassismus-ich-fordere-die-abschaffung-der-carl-hagenbeck-statue-strasse-und-ein-denkmal-f%C3%BCr-die-betroffenen-menschen?redirect=false (consultado a 26/03/2021)

[2] Thode-Arora, Hilke: Für fünfzig Pfennig um die Welt: die Hagenbeckschen Völkerschauen. [Em redor do mundo por cinquenta cêntimos. As mostras etnográficas de Hagenbeck], Campus, Frankfurt am Main, 1989 (págs. 168-175)

[3] Hagenbeck, Carl: Von Tieren und Menschen. Erlebnisse u. Erfahrungen von Carl Hagenbeck [Dos animais e das pessoas. Vivências e experiências de Carl Hagenbeck], Vita Deutsches Verlagshaus, Berlin-Charlottenburg, 1908 (pág. 96)

[4] Cf. Flemming, Johannes, Führer durch Carl Hagenbeck's Tierpark Stellingen [Guia do Jardim Zoológico de Carl Hagenbeck em Stellingen]. Carl Hagenbeck's Eigentum und Verlag, Hamburgo, 1914 (págs. 42-43)

[5] Hagenbeck, Carl: Von Tieren und Menschen. Erlebnisse u. Erfahrungen von Carl Hagenbeck [Dos animais e das pessoas. Vivências e experiências de Carl Hagenbeck], Vita Deutsches Verlagshaus, Berlin-Charlottenburg, 1908 (pág. 377-386)

[6] Cf. Dreesbach, Anne: Gezähmte Wilde. Die Zurschaustellung „exotischer“ Menschen in Deutschland 1870-1940. [Selvagens amansados. A exibição de seres humanos "exóticos" na Alemanha entre 1870 e 1940], Campus Verlag, Frankfurt am Main, 2005 (págs. 280-305)

[7] Brinckmann, Johanna/change.org (05/07/2020): Abschaffung der Carl Hagenbeck Statue & Strasse und Denkmal für die betroffenen Menschen! [Acabe-se com a estátua e a rua em honra de Carl Hagenbeck e crie-se um monumento às pessoas por ele afetadas!] https://www.change.org/p/gegen-rassismus-ich-fordere-die-abschaffung-der-carl-hagenbeck-statue-strasse-und-ein-denkmal-f%C3%BCr-die-betroffenen-menschen?redirect=false (consultado a 26/03/2021)

[8] Lutz, Hartmut / Grollmuß, Kathrin / Ipellie, Alootook, Abraham Ulrikab im Zoo. Tagebuch eines Inuk 1880/1881 [Abraham Ulrikab no jardim zoológico. Diário de um inuíte de 1880 a 1881], vdl:Verlag, Wesel, 2007. Há conhecimento da existência de outros relatos de pessoas que participaram posteriormente noutras «mostras etnográficas», por exemplo de Theodor Wonja Michael, que começou por ser figurante, foi ator, tendo mais tarde chegado a ocupar uma posição destacada no Bundesnachrichtendienst, o Serviço Federal de Informações e Inteligência. Também existem outros relatos sobre estadas na metrópole do Império Alemão, como é o caso de Friedrich Mahahero, natural do antigo território do Sudoeste Africano Alemão, ou de Samson Dido, dos Camarões. Outras descrições dessas experiências, relatadas por descendentes, foram recolhidas também na Samoa. A esse respeito, ver ainda: Thode-Arora, Hilke: From Samoa with Love? Samoa-Völkerschauen im Deutschen Kaiserreich - eine Spurensuche [From Samoa with Love? «Mostras etnográficas» alusivas a Samoa no Império Alemão. Em busca de vestígios], Hirmer Verlag, Munique, 2014

[9] Lutz, Hartmut et al.: Abraham Ulrikab im Zoo. Tagebuch eines Inuk 1880/1881 [Abraham Ulrikab no jardim zoológico. Diário de um inuíte de 1880 a 1881], vdl:Verlag, Wesel, 2007 (pág. 35)

[10] Lutz, Hartmut et al.: Abraham Ulrikab im Zoo. Tagebuch eines Inuk 1880/1881 [Abraham Ulrikab no jardim zoológico. Diário de um inuíte de 1880 a 1881], vdl:Verlag, Wesel, 2007 (pág. 38)

[11] Eißenberger, Gabi: Entführt, verspottet und gestorben - Lateinamerikanische Völkerschauen in deutschen Zoos. [Raptados, escarnecidos e deixados morrer – As mostras etnográficas latino-americanas nos jardins zoológicos alemães], Verlag für Interkulturelle Kommunikation, Frankfurt am Main, 1996

[12] Massaquoi, Hans-Jürgen: "N., N., Schornsteinfeger!" Meine Kindheit in Deutschland. ["Olha o limpa-chaminés!" A minha infância na Alemanha.], Fretz und Wasmuth, Berna, Munique, Viena, 1999, (pág. 39-41)

[13] Gouaffo, Albert: ”Prinz Dido aus Kamerun im wilhelminischen Deutschland” [”O príncipe Dido dos Camarões na Alemanha da Era Guilhermina”], in: Blanchard, Pascal; Bancel, Nicolas; Boëtsch, Gilles; et al. (org.): Menschenzoos. Schaufenster der Unmenschlichkeit. [Jardins zoológicos humanos. Montras da desumanidade], Les Éditions du Crieur Public, Hamburgo, 2012, (pág. 303)

[14] Gasser, Benno (12/01/2010): Die letzte Reise der Feuerländer. [A última viagem dos habitantes da Terra do Fogo] in: Tages-Anzeiger, Zurique. https://www.tagesanzeiger.ch/zuerich/stadt/die-letzte-reise-der-feuerlaender/story/22184450 (consultado pela última vez a 26/03/2021)

[15] Marie Nejar: Mach nicht so traurige Augen, weil du ein N.-lein bist. Meine Jugend im Dritten Reich. [Lá por seres uma negrinha, não ponhas esses olhinhos tristes. A minha juventude durante o Terceiro Reich.], Reinbek bei Hamburg, 2007 (pág. 111)

Última edição em: 21/12/2024 17:20:36

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